Mayra Borges, VP da Getnet: "Entramos no segmento de crédito. Viramos serviço financeiro"

  • A ideia, segundo ela, é atender desde pequenos empreendedores e até grandes corporações por meio de um ecossistema de serviços
  • Um dos principais movimentos recentes da Getnet foi a criação de uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), que permite a oferta de capital de giro
Por Bruna Lencioni

[AGÊNCIA DC NEWS]. A Getnet (100% do Grupo Santander) tem 20 anos e é hoje a terceira maior adquirente do país, atrás de Itaú e Cielo. Se voar alto é uma máxima na Getnet, o piloto já decolou. A companhia passa por um processo de transformação, agora, com produtos novos que estão na rua. Basicamente, além de oferecer maquininhas de cartão e soluções para e-commerce, a empresa entrou no segmento de crédito e serviços financeiros. “Não somos fintech, mas agora somos serviços financeiros”, disse Mayra Borges, VP da Getnet, no DC NEWS Talks. A ideia, segundo ela, é atender desde pequenos empreendedores e até grandes corporações por meio de um ecossistema de serviços. Um dos principais movimentos recentes da Getnet foi a criação de uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), que permite oferecer capital de giro para pequenos empreendedores com base nos recebíveis gerados pelas maquininhas de cartão. “Isso é novo”, afirmou a VP.

Mayra disse que essa iniciativa marca o início de uma nova jornada da empresa no mercado de serviços financeiros, indo além dos pagamentos. “Saímos da esfera de pagamentos para oferecer um ecossistema que inclui crédito, cartões e contas digitais”, disse. Ela considera que este passo é essencial para atender as necessidades do pequeno empreendedor, que muitas vezes não tem acesso a produtos financeiros básicos. A VP destacou que a demanda por serviços financeiros integrados surgiu a partir do feedback de clientes, especialmente pequenos comerciantes, que enfrentavam dificuldades para operar sem uma conta bancária ou soluções de crédito. “Muitos não conseguiam entender operações complexas, como a antecipação de recebíveis”, afirmou. Por isso, a ideia de simplificar o modelo de precificação, oferecendo taxas fixas e pagamento em dois dias.

Em linha com o ecossistema de serviços a pequenos empresários, a empresa lançou recentemente o Get Tap, uma solução que permite transformar smartphones em maquininhas de cartão, dispensando a necessidade de equipamentos físicos. “A inovação é especialmente relevante para pequenos comerciantes e para regiões do interior do país”, disse Mayra. A companhia concluiu que há uma carência no acesso a maquininhas tradicionais nessas localidades. “Com o Get Tap, qualquer celular com Android superior à versão 10 pode se tornar uma maquininha segura”, afirmou. Isso reduz custos para o pequeno empreendedor, que não precisa mais pagar mensalidades ou investir em dispositivos, explicou a VP.

Escolhas do Editor

Além do Get Tap, a empresa oferece soluções de e-commerce simplificadas, como links de pagamento, e está desenvolvendo ferramentas de gestão financeira para ajudar esses negócios a se tornarem mais eficientes. “Nosso objetivo é resolver as dores do cliente, seja ele grande ou pequeno.” Para o pequeno empreendedor, isso significa oferecer soluções simples. Apesar da novidade, a executiva acredita que as maquininhas tradicionais não desaparecerão tão cedo. “O Brasil é o terceiro maior parque de maquininhas do mundo.” Há uma cultura enraizada no uso desses dispositivos, na visão dela. No entanto, eles estão evoluindo para modelos mais inteligentes, que integram pagamentos, gestão e outras funcionalidades.

CRESCIMENTO – A expansão da Getnet ocorre em um momento de forte crescimento do mercado de cartões no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), no terceiro trimestre de 2024, o volume de transações com cartões (crédito, débito ou pré-pago) ultrapassou 11,5 bilhões, o maior resultado já registrado para um trimestre. O faturamento total do mercado de cartões já supera R$ 3 trilhões, somando débito, crédito e pré-pago.

Confira a entrevista.

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