Varela, do Divino Fogão: “Estamos em expansão. Voltaremos com loja de rua e unidade no Paraguai"

  • Após 40 anos crescendo em shoppings e outlets, Divino Fogão volta às ruas com uma unidade na rodovia dos Bandeirantes (SP-348)
  • Estratégia de expansão da marca inclui ainda unidade que será inaugurada este ano no Paraguai e três megalojas em shoppings
Por Bruna Lencioni | Letícia Cassiano

[AGÊNCIA DC NEWS]. A rede de franquias Divino Fogão, especializada em comida típica da fazenda, completou 40 anos com um plano de crescimento que inclui novas unidades e o retorno a um formato que havia sido deixado de ser um alvo nas últimas décadas: a loja de rua. O anúncio foi feito por Rodrigo Varela, diretor de Planejamento e Novos Negócios da marca, durante entrevista ao videocast DC NEWS TALKS. “Voltaremos com loja de rua, mais especificamente na Rodovia dos Bandeirantes, km 58 [rede Lagoa Azul]”, disse o executivo. “Nascemos como loja de rua e nunca mais estivemos nesse modelo.”

Segundo ele, uma combinação de fatores levou a companhia a decidir criar novos caminhos para além de shoppings e delivery no sistema de franquias, resistindo a fatores como a inflação dos alimentos. “Estamos em várias frentes para expandir e criar novos produtos.” A companhia é sócia de alguns dos novos empreendimentos, contou o executivo. Entre eles o da Rodovia dos Bandeirantes e de três megalojas cujas inaugurações estão previstas para este ano em shoppings (São Paulo e Espírito Santo). “Nesse modelo, há espaço kids, por exemplo. Acreditamos que a família poderá aproveitar mais.”

Além do restaurante de rua e as megalojas há outros novos horizontes. Um deles extrapola a barreira nacional. A marca está se internacionalizando. De acordo com o diretor, o processo de internacionalização está em andamento, com uma unidade que será aberta no Paraguai nos próximos meses. “A internacionalização começa aqui perto do Brasil para sentirmos como será”, afirmou. O restaurante no país vizinho é uma operação franqueada (por um brasileiro), de acordo com Varela, que tem a expectativa de abrir unidades do Divino Fogão em outros países.

Os números do Divino Fogão explicam a força da expansão. Este ano, 25 novos contratos com franqueados já foram assinados, segundo Varela, e os números do faturamento animam o empresário. “Estamos acima da meta, que era crescer 15%. No primeiro trimestre já crescemos 19%.” A rede que este ano completa 41 anos, encerrou o ano de 2024 com 36 novas unidades – 30 restaurantes físicos e seis dark kitchens voltadas exclusivamente ao delivery – e hoje opera com mais de 220 pontos de vendas espalhados pelo país. Para este ano, a projeção é atingir cerca de 270 unidades, incluindo cozinhas compartilhadas.

Com a inflação dos alimentos corroendo a renda do trabalhador, pela lógica se gasta menos fora de casa. Por outro lado, o tíquete médio aumenta em função da alta dos preços, mas o diretor da franquia disse que a marca reteve e passou a ofertar um modelo diferente, acompanhando as mudanças do mercado. “Começamos a fixar preço. Então, em vez de pagar pelo quilo, o cliente já entra sabendo o quanto paga”, disse. A tentativa, segundo ele, é ganhar em volume, o que na análise do executivo, deu certo. “Os preços retidos em 2024 ajudaram no crescimento.”

Escolhas do Editor

A operação do Divino Fogão é feita em sistema de buffet, que serve diariamente cerca de 32 pratos quentes e 15 tipos de saladas. E hoje serve como quilo ou preço fixo. Nas unidades da rede, são consumidos mensalmente aproximadamente 155 mil quilos de arroz branco e 48 mil quilos de feijão carioca, de acordo com dados fornecidos pela empresa. Batata frita, torresmo e banana à milanesa estão entre os acompanhamentos mais pedidos. A marca também passou a oferecer pratos com foco em alimentação mais leve, como peixes, saladas com grãos, frutas e opções como ceviche, respondendo à demanda crescente por refeições equilibradas.

O negócio inicialmente familiar, comandado desde a fundação por Reinaldo Varela (pai de Rodrigo) e que já envolve a segunda geração, nasceu impulsionado pela saudade da culinária da roça. “Meu pai e os primos vieram de Araçatuba e montaram um cantinho, trazendo a experiência da fazenda para a capital.” O restaurante em questão era o São Paulo I, inaugurado nos anos de 1980, na Avenida Rebouças. “O pessoal do Shopping Eldorado vinha almoçar em nosso restaurante e nos convenceu a abrir uma loja”, disse.

Desse ponto foi um pulo até a primeira loja fora do estado de São Paulo, no Rio de Janeiro. Por conta do nome fazer referência à capital paulista, a empresa passou por um rebranding após virar franquia, se tornando o Divino Fogão. A culinária afetiva faz parte tanto da aposta estratégica da marca, quanto do cardápio. De acordo com o diretor, as receitas originais são “assinadas” pela vó Isa, bisavó de Rodrigo. “É a criadora do nosso cardápio. Sua memória viva no Brasil inteiro, com o tempero dela no arroz com feijão.” Confira a entrevista.

Voltar ao topo