Ana Claudia Badra Cotait no WeForum: “O networking é fundamental às mulheres empreendedoras”

Uma image de notas de 20 reais
Um dos painéis da 4ª edição do WeForum, em BH
(Bruna Lencioni)
  • Anna Nesterova, presidente do Brics WBA na Rússia: "A nossa Aliança cresceu. Outros países entraram e hoje somos em nove”
  • Zhao Haiying, presidente do Brics WBA China: “A China é um mercado colossal. Acumulou conhecimento e conseguiu se sedimentar em cadeias de suprimento”
Por Bruna Lencioni

[AGÊNCIA DC NEWS]. A 4ª edição do WeForum 2025– Women Entrepreneur Forum (Fórum da Mulher Empreendedora) começou quarta-feira (26), no Teatro Sesi Minas, em Belo Horizonte, e segue até quinta-feira (27). A organização é do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) – órgão da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Ao todo, 90 reuniões estão agendadas. O Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, está com o CMEC neste evento e amplificou o debate. O WeForum está na agenda do Brics por meio da WBA, sigla em inglês para a Aliança Empresarial de Mulheres, do Brics. Conselheiras e membros do CMEC de várias partes do país também compareceram. A presidente do CMEC, Ana Claudia Badra Cotait, disse durante a abertura que promover o tema da mulher empreendedora é gerar negócios. “O networking é fundamental, porque historicamente fomos sub-representadas”, disse. “Isso significa lutar por crédito. Precisamos expandir nossas operações e criar estratégias globais e conexões sólidas.” O WeForum tem o apoio da Agência DC NEWS.

Mônica Monteiro, presidente global do Brics WBA e presidente do Fórum Industrial da Mulher Empresária da Confederação Nacional da Indústria (CNI), citou uma frase do ex-presidente sul-africano e prêmio Novel da Paz Nelson Mandela (1918-2013) que cai bem ao tema. “Mandela dizia que a coragem não é a ausência do medo, mas a superação dele.” Para Mônica, está nas mãos da iniciativa privada promover a equidade de gênero. O que significa mais mulheres empreendendo, mas também em cargos de liderança. “A iniciativa privada será capaz de diminuir a desigualdade e assumir o protagonismo global.”

Romeu Zema (Novo), governador do estado de Minas Gerais, compareceu ao WeForum e durante sua fala ressaltou que a mulher tem visão cuidadosa e que é preciso avançar nesta pauta de gênero no setor público também. “No setor privado avança mais rápido, mas no público, não”, afirmou. Ele também falou que enquanto governador tem buscado facilitar o dia a dia do empreendedor. “Tenho exigido desburocratização para acelerar a vida do empresário e da empresária”. Também estiveram no primeiro painel Margarete Coelho (diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional), Cristina Lúcia de Castro Schirmer (secretária-adjunta da Cultura da prefeitura de BH), a deputada federal Greyce de Queiroz Elias (Avante-MG) e Flávio Roscoe (presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais).

Um dos tópicos mais aguardados pela possibilidade de mulheres atravessarem cada vez mais as fronteiras foi a internacionalização. Quem mediou foi Ana Beatriz Costa, VP de Sustentabilidade, Jurídico e Reputação Corporativa da Natura. No painel, debateram a chinesa Zhao Haiying (presidente do WBA-Brics na China), a russa Anna Nesterova (presidente do WBA-Rússia), Ana Sanches (presidente da Anglo American no Brasil), Marinna Ghall (presidente do WBA-Brics no Egito) e Maira Rodrigues (da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos-Apex).

A representante da China, Zhao Haiying, disse que a globalização não é só um caminho sem volta, mas ensina os países na consolidação e no aperfeiçoamento dos seus produtos e serviços. “A China é um mercado colossal. Acumulou conhecimento em infraestrutura. E conseguiu se sedimentar em cadeias de suprimento.” A russa Anna Nesterova falou do ponto de vista da mulher e ressaltou que o Brics, via WBA, tem crescido além do que imaginavam, muito porque mulheres querem se sentir apoiadas. “A nossa aliança cresceu e outros países entraram. Hoje somos em nove”, afirmou. Ela destacou as micro e pequenas empresas e suas limitações. E, para isso, a WBA tem atuado como facilitadora, incluindo quem quer trocar experiências e exportar. “Representamos hoje 6 mil mulheres e milhares de projetos que já foram apresentados no Brics.”

LIDERANÇA – O evento é dividido em painéis. No dedicado a Liderança e Mobilização, falaram Ana Claudia Badra Cotait, Mônica Monteiro, Eliana Waleria de Souza Costa (diretora-adjunta do Instituto de Transporte e Logística), Danusa Costa Lima (chefe de gabinete da presidência da Confederação Nacional das Indústrias-CNI) e Luísa Cardoso Barreto (presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais-Codemge). E o tema de olhar além das fronteiras foi novamente lembrado. Mônica Monteiro afirmou que o risco diminui quando você está em outros países. “Queremos que mais empresas venham para cá e que as empresas vão para fora”, disse Mônica Monteiro, que também estava presente neste painel.

No painel seguinte, Política Pública em Foco, o embaixador da Índia, Suresh Reddy, disse que a luta das mulheres não é só delas. “Os homens têm de se unir à essa causa para que a mudança se efetive.” Leonard Lahud, especialista líder em comércio de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), lembrou que a instituição lançou R$ 1,1 bilhão em crédito voltado para mulheres à frente de micro, pequenas e médias empresas. A meta, segundo ele é que os recursos sejam usados até 2026 (o programa foi lançado em 2023).

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