Arrecadação federal soma R$ 231 bilhões em julho e bate mais um recorde, com alta real de 9,55% sobre mesmo mês de 2023

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O mês e o acumulado são resultados recordes, desde o início da série histórica, em 1995
Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo federal arrecadou R$ 231 bilhões no mês de julho, uma alta real, descontada a inflação, de 9,55% em julho ante igual mês de 2023. O desempenho é mais uma vez recorde para o período em toda a série histórica, iniciada em 1995. O resultado mensal vem superando suas marcas desde dezembro de 2023, ou seja, foi o 8º mês seguido de recordes.

No acumulado dos sete primeiros meses de 2024, as receitas federais somaram R$ 1,5 trilhão, o que representa um avanço de 9,15% acima da inflação. O desempenho também é recorde. Além disso, a alta demonstra uma leve aceleração em relação ao acumulado nos meses anteriores, quando o aumento estava na casa dos 8%. Os dados foram divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (22).

Segundo o órgão, quase todos os tributos tiveram melhor desempenho em julho de 2024. Uma das principais fontes de arrecadação do governo, o PIS/Cofins alcançou R$ 45,3 bilhões, uma alta real de 21,92% em relação a igual mês de 2023. As receitas previdenciárias, por sua vez, chegaram a R$ 53,6 bilhões, acréscimo de 5,94% acima da inflação no período.

Os recolhimentos de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) também subiram a R$ 52,15 bilhões, alta real de 6,09% ante julho de 2023.

CONGELAMENTO – Apesar do desempenho positivo da arrecadação, o governo anunciou no mês passado a necessidade de congelar R$ 15 bilhões em despesas devido ao crescimento de gastos obrigatórios e à frustração nas receitas em relação ao projetado originalmente no Orçamento.

Uma das fontes de frustração é a negociação especial para contribuintes derrotados pelo voto de desempate nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf ). O governo previa arrecadar R$ 55,6 bilhões com a medida, mas já reduziu essa estimativa a R$ 37,7 bilhões.

Mesmo assim, o ingresso efetivo de recursos até agora foi bem menor, de apenas R$ 87 milhões, que se repetirão em mais 11 parcelas mensais no mesmo valor, das quais quatro serão pagas ainda em 2024.

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, disse que a instituição criou, no mês passado, equipes especiais para negociar com contribuintes os acordos envolvendo decisões do Carf, numa tentativa de agilizar o processo, que pode levar até seis meses a partir da conclusão do julgamento. “Segundo informação dessas equipes, há vários contribuintes que apresentaram suas propostas”, disse ele, sinalizando que as adesões podem aumentar nos próximos meses.

Por outro lado, outras fontes de arrecadação apresentam performance melhor que o esperado. As receitas com a taxação de fundos exclusivos, usados pelos chamados super-ricos, reforçaram o caixa em mais R$ 270 milhões em julho, totalizando R$ 13 bilhões neste ano.

A tributação dos recursos em paraísos fiscais (offshores) não afetou o resultado de julho, mas já acumula no ano uma receita de R$ 7,4 bilhões. No mês passado, houve ainda recuperação de R$ 700 milhões em tributos que não haviam sido recolhidos por contribuintes do Rio Grande do Sul nos meses anteriores, devido à calamidade das enchentes.

O governo também vem se beneficiando dos efeitos da reoneração total dos combustíveis, que ajudou na alta real de 21,92% do PIS/Cofins ante julho de 2023. O tributo, que é uma das principais fontes de arrecadação do Executivo, alcançou R$ 45,3 bilhões no mês passado. Mesmo assim, o ingresso efetivo de recursos até agora foi bem menor, de apenas R$ 87 milhões, que se repetirão em mais 11 parcelas mensais no mesmo valor, das quais quatro serão pagas ainda em 2024.

*Com Redação DC NEWS