IBGE: 1º trimestre do varejo é o mais fraco no pós- pandemia, mas volume de vendas bate recorde

Uma image de notas de 20 reais
Setor de eletrodomésticos foi o que mais cresceu no trimestre: 7,7%
(Agência Brasil)
  • Segundo os dados do Instituto, resultado do primeiro trimestre, embora positivo, foi o mais fraco dos quatro últimos anos
  • Destaques positivos de vendas (de janeiro a março) foram dos setores de eletrodomésticos, vestuário e artigos farmacêuticos
Por Vitor Nuzzi

[AGÊNCIA DC NEWS]. As vendas no varejo no primeiro trimestre tiveram seu menor resultado no pós-pandemia, mas ainda assim o volume atingiu o maior patamar da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC-IBGE), iniciada em 2000. A alta foi de 1,2% de janeiro a março, o que interrompeu o ritmo de crescimento dos três anos anteriores: 1,6% em 2022, 2,5% em 2023 e 5,4% no ano passado. De fevereiro para março deste ano, as vendas subiram 0,8% e bateram recorde pelo segundo mês seguido, mas caem 1% na comparação com março do ano passado – a primeira queda na comparação mensal desde maio de 2023. Na análise em 12 meses, houve alta de 3,1%.

Ainda no trimestre, três atividades se destacam: eletrodomésticos (crescimento de 7,7% nas vendas), vestuário&calçados (+4%) e artigos farmacêuticos (+3,6%). O segmento que reúne super e hipermercados tem variação de 0,7%, enquanto o de móveis recua 1,1%. No varejo ampliado, veículos&peças registra alta de 5,3% e material de construção, de 6,3%. Em 12 meses, veículos&peças se destaca com crescimento acumulado de 10,5%. Material de construção cresce 6,8% e artigos farmacêuticos, 6,5%.

VENDAS NO VAREJO

Escolhas do Editor
PeríodoVarejoVarejo Ampliado
Volume de vendasReceita nominalVolume de vendasReceita nominal
Março / Fevereiro*0,81,21,91,5
Média móvel trimestral*0,61,01,61,7
Março 2025 / Março 2024-1,05,2-1,23,9
Acumulado 20251,27,01,15,9
Acumulado 12 meses3,18,03,07,0
*Série com ajuste sazonal    
Fonte: Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Estatísticas Conjunturais em Empresas do IBGE

De fevereiro para março, chamou a atenção o “perfil distribuído do crescimento”, segundo o gerente da PMC, Cristiano Santos. “Tivemos seis atividades em crescimento, inclusive as com mais peso, como a farmacêutica e hiper e supermercados. Os meses anteriores mostram uma volta ao protagonismo de hiper e super, especialmente em fevereiro, com alta de 1,2%.” Seis das oito atividades pesquisadas cresceram no mês. O IBGE destaca os setores que abrange livros, jornais, revistas e papelaria (28,2%) e o de equipamentos e material para escritório e informática (3%). No primeiro caso, o gerente cita as vendas de livros didáticos. “No ano de 2025 esse desempenho positivo não aconteceu em fevereiro para o setor, se deslocando para março, por conta de variações no calendário escolar e variações nos momentos de fechamento de contratos novos.”

Já o segundo caso tem influência do câmbio, acrescenta Santos. “Como houve alta variação do dólar no início do ano, as empresas têm esperado momentos oportunos para renovação de estoques, provocando alta volatilidade no indicador de volume, com alta forte em janeiro, queda da mesma magnitude em fevereiro e posterior crescimento em março.” As quedas mensais foram dos segmentos de móveis&eletrodomésticos (-0,4%) e combustíveis&lubrificantes (-2,1%). “Esse setor vinha de dois resultados no campo positivo, em janeiro e fevereiro. No mês de março há um rebatimento desse crescimento, que reflete também uma demanda menor por combustíveis naquele mês.” As vendas de combustíveis crescem 0,9% no trimestre e caem 1% em 12 meses.

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