[AGÊNCIA DC NEWS]. Um levantamento exclusivo feito pelo QuintoAndar ao DC NEWS apontou que nos últimos 12 meses — encerrados em agosto — morar de aluguel em bairros do centro de São Paulo ficou de 5% a 15% mais caro (igual a média da cidade, de 9,5%). Os dados da plataforma brasileira de moradia mostraram também que nenhum bairro teve queda de preço na locação, considerando o último ano. Liberdade (15,5%), Santa Cecília (14,7%), Centro (12,6%) e Bom Retiro de 10% tiveram valorização acima da média da cidade (de 9,5%). “O mercado de locação no Centro sofreu durante a pandemia. Houve redução no preço em praticamente toda a região e agora a situação é inversa”, afirmou Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
Segundo ele, com o fim das restrições do período e a volta ao trabalho presencial, a demanda por uma região bem localizada, e com fácil acesso ao transporte público valorizaram os imóveis da região central. Os três bairros mais caros para locação — levando em conta o preço médio do metro quadrado — são Consolação (R$ 68,20), Bela Vista (R$ 55,10) e Higienópolis (R$ 53,80). Os três mais baratos são Centro (R$ 37,30), Campos Elíseos (R$ 40,20) e o Bom Retiro (R$ 41).
Com relação à compra e venda, a região central está entre as mais valorizadas da cidade no último ano. Houve alta de mais de 6% no preço (a variação média na capital paulista como um todo foi de apenas 0,78% no período). Apenas Liberdade e Bela Vista tiveram diminuição do valor nos últimos 12 meses. Assim como no aluguel, a Consolação também é o bairro mais caro para compra e venda. O metro quadrado é negociado a R$ 8.927. É o 22º colocado do ranking geral da cidade. “Pode ser vantajoso para o investidor considerar a aquisição de apartamentos em determinados bairros”, afirmou Reis. Isso porque, segundo ele, a rentabilidade potencial com o aluguel dos apartamentos vendidos na região [de 6,4%] é maior que a registrada na cidade [6,2%] e que a inflação oficial medida pelo IBGE.
Segundo Augusto Viana, presidente do Creci-SP, o Centro ainda carece de mais medidas para melhorar a zeladoria e a segurança. Sem isso, para ele, não será possível trazer mais pessoas para morar na região. “Já temos um público paulistano que vê a região com simpatia. A preocupação é apenas com o retorno da população e a questão da segurança e limpeza”, afirmou. Para o presidente da entidade, a revitalização já é feita pela própria comunidade, e o Centro tem um capital comercial que não se encontra em outros lugares. “Está valendo a pena para os empreendedores.” Leis de revitalização das fachadas de prédios nesses locais, como a Lei do Retrofit, podem contribuir para esse movimento. Viana acredita que, em até cinco anos, já será possível ver reflexos positivos desse processo e, em dez anos, a situação muito diferente da atual.