Trump considera exigir mudanças na OMS, incluindo nomeação de americano para liderar a agência

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São Paulo, 6 de fevereiro de 2025 – A equipe de Donald Trump está considerando exigir reformasna Organização Mundial da Saúde (OMS), incluindo a nomeação de um americano para liderar aagência, como condição para os EUA permanecerem como membros. Um documento interno, compartilhadocom assessores de Trump antes de sua posse em 20 de janeiro, sugere que os EUA anunciem sua saídada OMS e adotem uma “nova abordagem radical” para lidar com a organização. A proposta incluipressionar para que um americano assuma o cargo de diretor-geral quando o mandato de Tedros AdhanomGhebreyesus terminar, em 2027. A ordem executiva de Trump para sair da OMS foi uma de suas primeirasmedidas, acusando a agência de má gestão durante a pandemia de Covid-19 e de ser excessivamenteinfluenciada por outros países, algo que a OMS nega.

O plano de reforma, elaborado por um especialista externo a pedido da equipe de transição deTrump, descreve a OMS como “a agência da ONU mais caótica e menos eficaz”. O documento critica afalta de implementação de reformas propostas nas últimas duas décadas, resultando emdeterioração da gestão e da expertise científica. Embora reconheça que a saída da OMSprejudicaria os interesses americanos, o texto argumenta que permanecer na organização semreformas também seria prejudicial. A OMS, no entanto, rebate as críticas, afirmando que járealizou reformas significativas sob a liderança de Tedros, incluindo maior independênciafinanceira e transparência.

A proposta também recomenda a nomeação de um enviado especial dos EUA em 2025 parasupervisionar negociações com a OMS antes da saída programada para 2026. Esse enviado trabalhariapara garantir que um americano assuma a liderança da agência pela primeira vez na história.Atualmente, a coordenação com a OMS é feita pelo Departamento de Estado e pelo Departamento deSaúde e Serviços Humanos. A OMS ressalta que qualquer país pode propor um candidato adiretor-geral, mas a escolha final depende de uma votação entre os estados-membros.

Os EUA são o maior financiador da OMS, contribuindo com cerca de 18% do orçamento total, masjá reduziram sua colaboração, incluindo a proibição de comunicação com os Centros de Controlee Prevenção de Doenças (CDC). A saída dos EUA pode levar a cortes significativos no orçamentoda OMS, a menos que outros doadores preencham a lacuna. Enquanto isso, 43 legisladores americanos eativistas de saúde pública pressionam Trump a reconsiderar a decisão, argumentando que é dointeresse dos EUA permanecer na OMS e promover reformas internas. Especialistas em saúde global,como Lawrence Gostin, da Universidade de Georgetown, defendem que a presença dos EUA na OMS écrucial para influenciar mudanças positivas.

Com informações da Reuters.

Vanessa Zampronho / Safras News

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