SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio às eleições municipais deste ano, uma série de questões locais são levantadas pelos eleitores e pelos políticos em suas campanhas, e o grau de importância dos temas das cidades é aferido pelo Datafolha.
O instituto de pesquisa fez levantamentos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife e questionou o que deve ser prioridade do próximo prefeito. Nas quatro cidades, segurança e saúde foram os temas mais citados pelos eleitores, ao lado de educação.
A maioria das pessoas nessas cidades afirmou não se sentir segura, um pouco ou completamente, ao andar na rua ao escurecer.
Outro tema sobre o qual o Datafolha buscou a opinião dos eleitores é o transporte. No Rio e em Belo Horizonte, por exemplo, a maioria dos entrevistados diz ter usado os ônibus municipais. A nota média do serviço para o carioca é de 5,4. Já na capital mineira, 65% consideram o tempo de espera dos ônibus da cidade ruim ou péssimo.
Veja a opinião dos eleitores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife sobre os serviços municipais.
SÃO PAULO
Na capital paulista, 20% afirmam ver a segurança como o tema que deve ser prioridade para o prefeito. Não à toa, 54% se dizem muito inseguros ao andar na rua à noite, e 25%, um pouco.
O tema também é foco dos candidatos ao Edifício Matarazzo, que citam várias propostas para a Guarda Civil Metropolitana. Alguns citam o armamento da força, e outros propõem a implementação de câmeras corporais no uniforme dos guardas. Esta última proposta, inclusive, é aprovada por 89% dos paulistanos.
O Datafolha ainda questionou o eleitor sobre o asfaltamento da cidade, tema geralmente citado pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) ao defender seus feitos. Ao todo, 42% dos paulistanos dizem que a qualidade do asfalto está igual, enquanto 33% afirmam que melhorou, e 24%, que piorou.
Já sobre saúde, a maioria diz já ter utilizado serviços municipais. São 26% os que dão notas altas às UBSs (Unidades Básicas de Saúde), 23% às AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais) e 22% para as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Já 42% avaliam muito bem os Caps (Centro de Atenção Psicossocial), mas apenas 6% dizem já ter utilizado os centros.
RIO DE JANEIRO
No Rio de Janeiro, 70% dos entrevistados disseram se sentir muito inseguros ao sair à noite nas ruas, a maior porcentagem entre as capitais pesquisadas. Outros 18% se sentem um pouco inseguros, 10%, pouco seguros e apenas 2% afirmaram se sentir seguros.
A insegurança é citada por 31% dos cariocas como a maior preocupação para as eleições deste ano.
Sobre saúde, 62% dos moradores do Rio dizem ter usado os serviços municipais no último ano. Os mais acessados foram a clínica da família, por 53% dos entrevistados, e as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), por 40%.
Dentre os serviços de saúde, o mais bem avaliado pela população é o Supercentro Carioca: 68% dos entrevistados deram nota 9 ou 10 para o complexo, com média de 8,7 em escala de 0 e 10. A pior média de avaliação ficou com as UPAs, que receberam média de 6,8.
Sobre o transporte, 74% dos entrevistados dizem ter usado os ônibus municipais no último ano, e 46%, o sistema de BRT. Apesar de ser o mais utilizado, o sistema de ônibus é também o mais mal avaliado: 45% dos cariocas dizem que o serviço merece uma nota entre 4 e 6, e a média das avaliações é 5,4. O BRT recebeu nota média de 7,6.
BELO HORIZONTE
Os belo-horizontinos também afirmam que ficam inseguros ao andar na rua após o escurecer: 27% se sentem um pouco inseguros, e 48%, muito. Apesar desses números, o tema fica em segundo lugar entre os que os entrevistados consideram que devem ser mais importante para o próximo prefeito com 18%, atrás de saúde, com 21%.
Sobre a saúde, são 61% os que dizem já ter utilizado algum dos serviços municipais. O mais bem avaliado é o de atenção domiciliar, que oferece um complemento aos serviços tradicionais, como os hospitais e a atenção primária. A nota para ele é 7,7.
Já 35% dos eleitores da capital mineira avaliam de forma mediana as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) instaladas na cidade.
O Datafolha também questionou os eleitores sobre o transporte público, que já foi alvo de CPI e é um dos temas que vai pautar a eleição na cidade, e as opiniões são negativas: 65% acreditam que o tempo de espera dos ônibus da cidade é ruim ou péssimo, e o mesmo foi dito sobre o preço por 63%.
A aprovação mais alta foi da limpeza, com 28% de ótimo ou bom.
RECIFE
A maioria dos entrevistados na capital pernambucana afirmou não se sentir seguro para sair às ruas à noite: 56% dizem se sentir muito inseguros, 26%, um pouco, 16% pouco seguros, e apenas 3% disseram que se sentem seguros.
Ao todo, 52% dizem ter usado os serviços municipais de saúde nos últimos 12 meses. O serviço mais mencionado foram as USF (Unidades de Saúde da Família), por 32% dos que utilizaram. Apenas 4% disseram ter usado os CAPs da cidade.
O serviço mais bem avaliado foi o Smu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que recebeu notas altas de 43% da população, gerando uma avaliação média de 8, em escala de 0 a 10. A pior nota ficou com o serviço de policlínicas e maternidades, com média de 6.
A grande maioria dos recifenses diz que atualmente a oferta de empregos formais na cidade está abaixo do ideal. Para 88% o número de vagas é menor do que suficiente. Já 5% dizem que é suficiente, e 4%, mais do que suficiente.