PELOTAS, RS (FOLHAPRESS) – Não haverá venda de títulos por meio do programa Tesouro Direto nesta terça-feira (15), informou a secretaria do Tesouro Nacional. Todos os agendamentos de compra previstos para o dia serão cancelados por causa da greve dos servidores do órgão.
A recomendação do Tesouro é que “os investidores façam novos agendamentos para datas após o dia 15 de outubro”. Operações de resgate antecipado e agendamentos serão realizados normalmente, e os investidores poderão resgatar seus ativos caso desejem.
Essa é a terceira interrupção da venda de títulos no último mês. O motivo são as “restrições operacionais” causadas pela greve dos servidores, que começou em agosto. A discussão, que já dura meses, também vem provocando atrasos em divulgações estatísticas e operações de crédito de estados e municípios. Leilões da dívida pública seguem ocorrendo normalmente.
Na última semana, a história ganhou novos capítulos com a ida de funcionários à Justiça para entrega de cargos diante do impasse sobre o reajuste salarial. No dia 7 de outubro, a categoria rejeitou, pela terceira vez, a proposta apresentada pelo governo. É uma das poucas que ainda não concluíram a negociação com o MGI (Ministério da Gestão e Inovação), responsável pela política de pessoal. Os acordos já firmados alcançam 98% da força de trabalho do Executivo federal.
A principal reclamação vem dos servidores do Tesouro e tem como alvo a disparidade com as outras duas principais carreiras do Ministério da Fazenda: auditores da Receita Federal e procuradores da Fazenda Nacional. Ambas têm os salários reforçados por uma parcela extra, em forma de bônus ou honorários de sucumbência (recebidos pelos advogados em ações judiciais vencidas em favor da União). Não há paralelo para as demais categorias.