ACSP estima que o comércio já perdeu quase R$ 100 milhões devido à falta de energia elétrica na Grande São Paulo

Uma image de notas de 20 reais
O governador Tarcísio de Freitas disse ser necessário abrir processo para encerrar contrato com a Enel
Crédito: Agência Brasil
  • Segundo estimativa da ACSP, as perdas causadas pelo apagão no comércio paulista chegam a R$ 98,6 milhões
  • "O prejuízo se dá, principalmente, por reduções nas compras imediatas e por impulso dos consumidores", diz o economista Ulisses Gamboa
Por Da Redação

O apagão que acometeu a cidade de São Paulo na sexta-feira (11), em decorrência de fortes chuvas e ventanias, afetou mais de 2 milhões de pessoas e segue causando estragos. Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o comércio sofreu perdas de até R$ 98,6 milhões com a falta de energia na Grande São Paulo. De acordo com a ACSP, esse é o montante que os comerciantes podem ter deixado de arrecadar devido à falta de energia. A estimativa, baseada no volume movimentado diariamente na cidade de São Paulo e na região metropolitana, é do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP).

Na avaliação do economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP, os prejuízos são difíceis de estimar, pois os efeitos do temporal não foram homogêneos na cidade e várias regiões ainda não tiveram o restabelecimento da energia. “Podemos dizer que o prejuízo se dá, principalmente, por reduções nas compras imediatas e por impulso dos consumidores”, disse Gamboa. Até o final da tarde desta segunda-feira (14), cerca de 400 mil imóveis continuavam sem energia na cidade de São Paulo.

No sábado (12), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que era necessário abrir um processo para encerrar o contrato de concessão com a Enel – multinacional italiana responsável por 70% da distribuição da energia elétrica no estado de São Paulo. O governador afirmou, ainda, que a população não podia “ficar à mercê de tanta irresponsabilidade”. Além disso, ele ressaltou que o dever de fiscalizar a concessão da distribuição é do Governo Federal e, numa mensagem publicada nas redes sociais, citou o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como responsáveis por “regular, controlar e garantir que o serviço prestado esteja adequado.”

ERRO – Por sua vez, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a Enel terá mais três dias para resolver todos os problemas de maior volume. Segundo o ministro, a companhia cometeu um “grave erro de comunicação”. Ele afirmou, ainda, que a concessionária falhou ao não dar uma previsão objetiva de quando a energia elétrica retornaria. Alexandre Silveira também criticou o que chamou de “boicote” da Aneel. Para o ministro, a Aneel não cumpriu com as suas responsabilidades em relação ao apagão de São Paulo. Segundo ele, o diretor-geral da agência, Sandoval de Araújo Feitosa Neto, esteve ausente durante o problema. “Sou a favor da abertura (de um processo de rompimento com a Enel) que passa, naturalmente, por uma intervenção”, disse Alexandre Silveira.

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