Artistas e intelectuais lançam manifesto por voto útil em Boulos para evitar segundo turno 'trágico' em SP

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um grupo de artistas e intelectuais que reúne também juristas, jornalistas e empresários lançou um manifesto nesta segunda (30) pregando o voto útil em Guilherme Boulos (PSOL) para evitar que o segundo turno nas eleições para a Prefeitura de São Paulo seja disputado por dois bolsonaristas.

De acordo com a pesquisa Datafolha, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com 27%, disputa a liderança com Boulos, com 25%. Mas Pablo Marçal (PRTB) oscilou de 19% para 21%, no limite do empate técnico pelo segundo lugar.

O texto do manifesto afirma que a frente ampla “que impediu [Jair] Bolsonaro de permanecer no poder [ao derrotá-lo nas eleições de 2022] precisa se levantar novamente para evitar que este segundo turno de consagração do bolsonarismo aconteça”.

“A situação de São Paulo —a maior cidade do país— é especialmente preocupante, porque estamos diante do risco de dois candidatos bolsonaristas passarem ao segundo turno: Pablo Marçal e Ricardo Nunes”, diz a carta aberta.

“Um resultado como este representaria a consagração, pelo voto popular, da violência política, da defesa da tortura, do negacionismo científico, da destruição de direitos, do descaso com os mais pobres, do desprezo com a cultura, com as minorias e com a demoracia, além do vasto programa de destruição do meio ambiente”, segue o texto.

Assinam a carta, entre outros, Alexandre Martins Fontes, André Abujamra, André Singer, Arnaldo Antunes, Arrigo Barnabé, Beatriz Bracher, Bob Wolfenson, Carla Camuratti, Denise Fraga, Fernanda Diamant, Fernando Meirelles, Juca Kfouri, Lilia e Luiz Schwarcz, Maria Cristina Mendonça de Barros, Milton Hatoum, Raí, Renato Janine Ribeiro, Roberto Schwarz, Sidarta Ribeiro e Zeca Camargo.

Leia, abaixo, a íntegra do manifesto:

“Em poucos dias iremos às urnas definir o futuro das nossas cidades. Serão as primeiras eleições depois de o Brasil ter vivido uma das jornadas democráticas mais importantes de sua história: a construção de uma ampla frente em defesa da democracia nas eleições presidenciais de 2022.

A vitória foi grande, mas não definitiva. O bolsonarismo se reorganizou e continua ativo, sem recuar um milímetro em seu programa, cujo cerne é destruir os direitos mais básicos da república brasileira.

Neste exato momento, bolsonaristas de todo o país se articulam para transformar o próximo domingo em um momento de virada, que elegeria candidatos bolsonaristas em muitas capitais do país. Esse bloco antidemocrático tem dois objetivos: dar uma grande demonstração de força e colocar as máquinas de muitas prefeituras importantes a serviço da candidatura presidencial do bolsonarismo em 2026.

A situação de São Paulo — a maior cidade do país — é especialmente preocupante, porque estamos diante do risco de dois candidatos bolsonaristas passarem ao segundo turno: Pablo Marçal e Ricardo Nunes. Um resultado como este representaria a consagração, pelo voto popular, da violência política, da defesa da tortura, do negacionismo científico, da destruição de direitos, do descaso com os mais pobres, do desprezo com a cultura, com as minorias e com a democracia além do vasto programa de destruição do meio ambiente.

A frente ampla que impediu Bolsonaro de permanecer no poder precisa se levantar novamente para evitar que este segundo turno de consagração do bolsonarismo aconteça.

Quando olhamos para as pesquisas, fica evidente que o candidato que reúne as melhores condições de evitar o desfecho trágico de um segundo turno entre dois bolsonaristas é Guilherme Boulos. Parte dos signatários deste manifesto tem preferência por outras candidaturas e só votaria em Boulos no segundo turno, mas reconhece que estamos diante de um risco que o país não pode correr.

Diante disso, fazemos um chamado a todas as pessoas comprometidas com a empatia, a democracia, a humanidade e o futuro para que votemos, já neste domingo, em Guilherme Boulos.”

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