BC vende US$ 1,5 bi em primeiro leilão de dólar à vista do governo Lula

Uma image de notas de 20 reais
Galípolo também será sabatinado no Senado Federal
Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Banco Central vendeu US$ 1,5 bilhão no mercado à vista de câmbio na manhã desta sexta-feira (30), na primeira operação do tipo no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a autoridade monetária, foi aceita uma proposta no valor total. O leilão, que ocorreu entre 9h30 e 9h35, foi referenciado à taxa Ptax.

A última operação nesses termos foi realizada em dezembro de 2021, no valor de US$ 500 milhões. O BC não fazia um leilão extraordinário de dólar à vista desde abril de 2022, quando vendeu US$ 571 milhões.

O dólar abriu em queda nesta sexta com os investidores à espera do leilão do BC. Às 9h02, a moeda norte-americana caía 0,81%, a R$ 5,5774. Depois da atuação da autoridade monetária, o dólar foi na outra direção e passou a subir. Às 10h05, a divisa avançava 1,14%, a R$ 5,684.

Calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax é uma taxa de câmbio que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. O último dia útil de cada mês costuma ser de maior volatilidade no dólar devido à formação dessa taxa.

O BC comunicou que o diferencial de corte do leilão foi de 0,000170. Na véspera, a instituição informou que cada intermediário poderia enviar até três propostas contendo volume pretendido e o diferencial, com até seis casas decimais, a ser adicionado ou diminuído da taxa de câmbio de venda do boletim de fechamento da Ptax do dia do leilão.

Ao atuar no mercado à vista, a autoridade monetária vende reservas internacionais, sem compromisso de recompra, e o dinheiro é injetado no mercado. Essa foi uma alternativa mais recorrente no governo de Fernando Henrique Cardoso, durante o câmbio fixo.

O leilão atende ao fluxo de saída de capital devido ao rebalanceamento de um dos principais índices de referência para investidores que aplicam em bolsas de valores internacionais, chamado MSCI (sigla para Morgan Stanley Capital International). No mercado financeiro, a expectativa era de saída entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão.

A operação de câmbio foi feita dois dias depois da indicação de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, para o comando do BC. Ele é o responsável por definir a atuação da autoridade monetária no mercado de câmbio.

Nesta sexta, os investidores também estão atentos ao envio do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2025 pelo governo federal ao Congresso Nacional.

Essa foi a segunda intervenção no câmbio sob o governo Lula. Em abril, o BC realizou um leilão adicional de 20 mil contratos de swap cambial tradicional, atuando no mercado futuro. Foram vendidos todos contratos ofertados —o equivalente a US$ 1 bilhão.