BC volta a intervir no câmbio e faz segundo leilão do dia

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Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O BC (Banco Central) voltou a intervir no câmbio nesta sexta-feira (30), dessa vez em leilão adicional de 30 mil contratos de swap cambial no início da tarde.

A operação ocorre após a venda de US$ 1,5 bilhão pela manhã no mercado de dólares à vista, marcando a terceira intervenção do BC desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No swap cambial, a autarquia faz uma espécie de venda de dólares no mercado futuro, como forma de assegurar que há oferta para atender à demanda pela moeda. Trata-se de um instrumento de controle da cotação, para evitar grandes flutuações e disfuncionalidades.

O BC anunciou a operação no início da tarde, e ela ocorreu entre 12h50 e 13h desta sexta-feira, dia de formação da Ptax —uma taxa de câmbio que serve de base para a liquidação de contratos futuros, elaborada sempre no último dia útil do mês.

A alta da moeda, porém, não foi contida após a intervenção do BC, com pressão dos dados de inflação dos Estados Unidos e cautela diante dos riscos fiscais do país, em dia de envio do Projeto de Lei do Orçamento de 2025 ao Congresso Nacional.

A divisa começou o dia em queda de 0,81%, mas virou para alta de mais de 1% ao término do leilão, às 9h35. Os dados do PCE (índice de preços de despesas de consumo pessoal, na sigla em inglês) foram divulgados às 9h30.

Com a venda dos contratos de swap, a moeda desacelerou alta a 0,30%, cotada a R$ 5,639 na venda por volta das 13h45.

Diante da disparada do dólar nos últimos dias, a autoridade monetária já havia feito um leilão de US$ 1,5 bilhão no mercado à vista. A mais recente operação desse tipo ocorreu em dezembro de 2021, no valor total de US$ 500 milhões. Já a última venda de dólar à vista aconteceu em abril de 2022, com valor de US$ 571 milhões.

O leilão atendeu ao rebalanceamento de um dos principais índices de referência para investidores que aplicam em Bolsas de valores internacionais, chamado MSCI (sigla para Morgan Stanley Capital International).

Também nesta manhã, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a autarquia fará mais intervenções no câmbio se necessário, ressaltando que a moeda é flutuante e que as atuações acontecem em momentos de disfuncionalidade no mercado.

“A gente está tendo um movimento de fluxo atípico por um rebalanceamento de um índice… Cabe ao BC mapear qual o tamanho desse desbalanceamento, quanto precisa para suprir esse fluxo que é atípico, e a gente também está olhando a diferença do que a gente entende que é um descolamento muito grande dos fundamentos, às vezes por critério de liquidez, às vezes por ruídos de curto prazo”, disse, em evento promovido pela XP Investimentos.