Boulos e Marçal trocam ofensas, e agressões seguem nos bastidores de debate

Uma image de notas de 20 reais
Do total de candidaturas registradas nas capitais, apenas 40 serão lideradas por mulheres, o que equivale a 20,8% dos candidatos às prefeituras
Crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O influenciador Pablo Marçal (PRTB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, entraram em confronto em debate eleitoral na manhã desta quarta-feira (14).

Em uma passagem na qual apenas os dois estavam no palco, Marçal chamou Boulos de vagabundo, fazendo coro às acusações de que o psolista nunca trabalhou. O deputado respondeu que o empresário é um mentiroso compulsivo e que tem dúvidas se Marçal é mau caráter ou psicopata.

No início do embate, a equipe do influenciador entregou a Marçal uma carteira de trabalho. Depois de duelarem em relação ao tempo, guardando segundos para falarem por último, o conflito escalou e chegou quase ao contato físico, quando Marçal seguiu Boulos pelo palco mostrando a carteira de trabalho.

Ambos sentaram lado a lado, já fora da câmera principal do debate, e o ex-coach continuou a mostrar o documento para Boulos que, irritado, tentou tirá-lo das mãos do adversário.

O debate foi promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com o Portal Terra e com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).

Participaram seis candidatos: Boulos, Marçal, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB), o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) e a economista Marina Helena (Novo).

O intervalo após o embate entre Marçal e Boulos foi tenso, com auxiliares do deputado do PSOL reclamando com a organização do debate.

Auxiliares de Nunes, mesmo sendo adversários de Boulos, concordaram com a reclamação do PSOL a respeito da atitude de Marçal, que não poderia, segundo as regras, ter exibido um objeto, como a carteira de trabalho, durante a pergunta.

As demais campanhas estão articulando uma ação conjunta contra Marçal, alegando que ele e sua equipe descumpriram várias regras do debate, inclusive a proibição de gravar o debate, o que estava estabelecido no acordo.

O confronto entre Boulos e Marçal começou quando o deputado federal afirmou que o empresário não deveria estar ali. Isso porque no último debate televisivo, da Band, o influenciador disse que deixaria a disputa caso alguém mostrasse que ele já foi condenado pela Justiça.

Marçal foi condenado a 4 anos e 5 meses de reclusão em 2010 pela Justiça Federal por furto qualificado, por participação, quando tinha 18 anos, em uma quadrilha especializada em golpes digitais. Boulos publicou trecho da sentença nas redes sociais.

“Mais uma vez você está me confundindo com o quadrilheiro chamado Luiz Inácio Lula da Silva, pessoas que você tanto apoia, Genoino, Dirceu, Dilma. Você é o PT Kids nessa Prefeitura de São Paulo. A esquerda já não presta, imagina a escória da esquerda”, respondeu Marçal.

O influenciador voltou a dizer que não houve crime e que ele trabalhou “para um cara consertando computadores”. Marçal também acusou Boulos de ter sido preso três vezes.

“Você é um mentiroso compulsivo, viciado em mentir, é impressionante. Você é o Padre Kelmon dessa eleição, vem para o debate para tumultuar”, respondeu o deputado, em referência ao ex-candidato a presidente pelo PTB em 2022.

Marçal disse então que era, sim, o Padre Kelmon: “Eu vou exorcizar o demônio com a carteira de trabalho, que você nunca trabalhou. Um grande vagabundo dessa nação”.

Boulos passou, então, a elencar seus trabalhos como professor e disse que não era um coach que ganha dinheiro “enganando os outros na internet”.

“Ele vem aqui, inventa sobre droga, fala do pai da Tabata, não tem limite ético, é uma pessoa rebaixada. Às vezes eu fico na dúvida se você é só um mau caráter ou psicopata.”

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