Conteúdo foi neutro em relação ao comunicado, avalia XP Investimentos

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 13 de maio de 2025 – O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou na manhã dehoje a ata referente à reunião de maio. “Em nossa avaliação, o conteúdo da ata foi neutro emrelação ao comunicado. O Comitê reiterou a necessidade de ‘cautela adicional na atuação dapolítica monetária e flexibilidade’ (p. 21), em linha com o cenário de que o ciclo de apertomonetário está encerrado ou muito próximo do fim”, avalia Caio Megale, da XP Investimentos.

O Copom apresentou elementos que indicam que a política monetária restritiva já tem contribuídoe seguirá contribuindo para a moderação de crescimento (p. 9). Tal constatação sustentaria adecisão de fazer uma pausa, adotando uma postura de aguardar e observar. Ao mesmo tempo, a atadestacou que os vetores inflacionários seguem adversos (p. 18). Nesse contexto, um ajuste adicionalna reunião de junho pode ser adequado, dependendo das informações que vierem a público até lá.

As projeções de inflação do Comitê permanecem acima da meta nos horizontes relevantes, conformejá havia sido indicado no comunicado pós-reunião. A ata, no entanto, trouxe um detalhamento maiorsobre o balanço de riscos (p. 16). Fica evidente que os membros consideram esse balanço menosassimétrico do que anteriormente, embora não haja consenso sobre sua neutralidade. Em nossavisão, qualquer risco assimétrico em um cenário cuja projeção já está acima da meta mantémaberta a possibilidade de um aumento adicional da taxa de juros.

Um fator importante no balanço de riscos é o cenário externo (p. 7). O comitê apontou o risco demenor crescimento e pressões inflacionárias mais elevadas nos Estados Unidos, além da recentequeda nos preços das commodities. Esse ambiente com incerteza muito maior exige que os bancoscentrais adotem uma postura cautelosa, com foco na ancoragem das expectativas. Considerando que ocenário externo parece ter melhorado desde a reunião com valorização do dólar americano ealguma recuperação nos preços das commodities , os membros do Copom podem estar hoje menosconfiantes quanto à atuação das forças desinflacionárias globais do que estavam no momento daredação da ata.

“Em suma, mantemos a avaliação que fizemos após a reunião do Copom, na semana passada: o planoatual do Comitê parece ser manter a taxa Selic inalterada nas próximas reuniões, ainda que sem umcompromisso firme nesse sentido”, completa Megale. Segundo ele, a flexibilidade continua sendoessencial. “Acreditamos que as pressões inflacionárias domésticas – incluindo medidas fiscaisrecentes de estímulo ao crescimento e expectativas de inflação desancoradas – acabarão porconvencer o Copom a realizar um último aumento de 0,25 p.p. em sua próxima reunião”, conclui.

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