Marçal ignora regra de debate e dispensa embates com Tabata e Marina Helena

Uma image de notas de 20 reais
Do total de candidaturas registradas nas capitais, apenas 40 serão lideradas por mulheres, o que equivale a 20,8% dos candidatos às prefeituras
Crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em um debate esvaziado, sem a presença de três dos principais candidatos, Pablo Marçal (PRTB) subverteu as regras, recusando-se a fazer perguntas aos adversários e a respondê-las do evento organizado por Veja e ESPM nesta segunda-feira (19).

O debate teve a presença ainda de Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo), já que Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB) decidiram se ausentar, o que foi criticado pelos demais adversários.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a decisão das três campanhas de não comparecerem se deve à avaliação de que Marçal não tem cumprido as regras dos debates, além de ser agressivo e espalhar fake news.

No debate desta segunda, ele seguiu a mesma toada. Ao ser questionado por Tabata sobre insegurança alimentar, afirmou que a resposta apareceria em seu Instagram logo após o debate e usou seu tempo para falar de outros assuntos e se promover. Quando foi sua vez de perguntar, Marçal pediu que Marina Helena falasse sobre o que quisesse.

Mesmo quando a pergunta foi feita por jornalistas, Marçal usou a mesma estratégia e se recusou a responder sobre o tema.

Tabata, que disse ser uma covardia a ausência de Nunes, Boulos e Datena, afirmou no debate que Marçal também agia com covardia ao não responder as perguntas.

“A mesma covardia você vê com Marçal, quando ele se recusa a responder. Porque deve ter alguém lá pesquisando e formulando a pergunta para ele [no Instagram]”, disse a candidata do PSB.

No início do debate, Marçal afirmou “tirar o chapéu para as mulheres” que foram ao debate e, a respeito dos ausentes, disse haver um problema de “masculinidade e virilidade”.

“Colocaram na minha conta, de ser descontrolado, mas pelo menos sou homem para assumir o compromisso até o final”, disse ainda.

Marina Helena, que chegou ao debate com um cartaz de “fujões”, questionou como “alguém que tem medo do confronto de ideias” iria combater o PCC e a corrupção. “Quem tem medo de crítica não deve ir para a política”, emendou.

Ela aproveitou sua pergunta à Tabata para afirmar que existe uma “ditadura do Judiciário” no país e pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Após críticas sobre a falta de conteúdo dos últimos debates, durante o segundo bloco do programa, os candidatos tentaram demonstrar o interesse na discussão de propostas, falando de assuntos como meio ambiente e saúde.

Marina Helena (Novo), por exemplo, reciclou proposta do ex-prefeito João Doria (ex-PSDB), o Corujão da Saúde, que reduziu filas em exames. Tabata citou que fará valer uma lei que aprovou na Câmara para envio de recursos para combate a eventos extremos.

Marçal, durante o bloco, repetiu o número de urna de seu partido, o 28 do PRTB, ao falar das propostas. “Lembre deste número”, disse.