Morre Silvio Santos, ícone da TV brasileira, aos 93 anos. De camelô a dono de império, talento nato para o comércio define o comunicador

Uma image de notas de 20 reais
Silvio Santos, um dos maiores empresários da comunicação e um dos grandes ícones da TV brasileira, deixa legado sem precedentes
Crédito: Divulgação SBT
  • Morte ocorreu devido a complicações de uma broncopneumonia após infecção pelo vírus da Influenza
  • O espírito empreendedor de Silvio Santos se manifestou cedo. Aos 15 anos começou a vender capas para títulos de eleitor
Por Redação

Silvio Santos, um dos maiores ícones da televisão brasileira e empresário visionário, faleceu neste sábado, 17, aos 93 anos. A morte ocorreu às 4h50 no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações de uma broncopneumonia após infecção pelo vírus da Influenza (H1N1), conforme informado pelo hospital em nota.

Presente nos lares brasileiros por mais de seis décadas, Silvio Santos conquistou o público com seu carisma, os famosos aviõezinhos de dinheiro e uma trajetória de sucesso. Fundador do SBT, uma das principais emissoras de televisão do país, ele saiu de camelô a empresário, dono não só de um canal de televisão de grande relevância, mas também de outros negócios, como a Liderança Capitalização S/A, o Baú da Felicidade, e a marca de cosméticos Jequiti.

Uma das figuras mais importantes da comunicação e da televisão brasileira, Silvio Santos morre aos 93 anos e deixa enorme legado ao país
Crédito: Divulgação SBT

O espírito empreendedor de Silvio Santos começou a se manifestar cedo. Aos 15 anos, durante as eleições de 1946, ele teve a ideia de vender capas para títulos de eleitor nas ruas do Rio de Janeiro como camelô. 

Em um dia comum de trabalho, Silvio observou um jovem vendedor que, com facilidade, comercializava as capinhas de plástico. Percebendo a oportunidade, descobriu o fornecedor do rapaz e adquiriu várias unidades. No dia seguinte, começou a vendê-las alegando que eram as últimas disponíveis — uma estratégia de venda baseada na escassez, que logo se tornaria uma de suas marcas registradas. Silvio expandiu seu portfólio, passando a vender também canetas. 

Programas de auditório eram a marca registrada do apresentador e empresário no SBT. A frase “quem quer dinheiro” é uma das clássicas de Silvio Santos
Crédito: Divulgação SBT
Crédito: Divulgação/SBT

Foi nas ruas, com o camelô, que aprendeu a negociar e a usar a voz como ferramenta principal — algo que viria a ser um diferencial em sua carreira como comunicador.

Inicialmente, Silvio recusou uma oferta para trabalhar em uma rádio, pois ganhava mais como camelô. No entanto, anos depois, em 1948, enquanto servia no Exército, aceitou o convite para atuar em uma rádio no Rio de Janeiro, nos domingos, marcando o início de sua carreira no entretenimento.

TELEVISÃO — Aos 30 anos, em 1960, Silvio Santos fez sua estreia na televisão com o programa Vamos Brincar de Forca, na TV Paulista. O sucesso foi tanto que, três anos depois, o programa foi renomeado para Programa Silvio Santos. Nos anos seguintes, ele passou por emissoras como TV Tupi, Record e Rede Globo, antes de realizar o sonho de ter seu próprio canal.

Esse sonho se concretizou em maio de 1976, quando Silvio inaugurou a TVS Rio de Janeiro, que posteriormente se transformaria no SBT. O Programa Silvio Santos entrou para o Guinness Book em 1993 como o programa mais duradouro da televisão brasileira, permanecendo no ar até hoje, atualmente sob o comando de sua filha Patrícia Abravanel.

O último programa gravado por Silvio foi em setembro de 2022. Embora tenha se afastado das câmeras nos últimos anos, mantendo-se mais reservado, sua alma empreendedora e o legado deixado na televisão brasileira permanecem. Silvio Santos se despede, mas suas contribuições para a cultura popular brasileira e para economia seguirão influenciando gerações.

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