Fabrício Queiroz atuou no PRTB por aliado de Marçal que diz ter elos com PCC

Uma image de notas de 20 reais
Do total de candidaturas registradas nas capitais, apenas 40 serão lideradas por mulheres, o que equivale a 20,8% dos candidatos às prefeituras
Crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fabrício Queiroz, pivô do suposto esquema de “rachadinhas” na família Bolsonaro, atuou na articulação política para eleger Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Avalanche, presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), em fevereiro deste ano.

Avalanche é aliado de Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Em áudio, o dirigente partidário afirmou ter ligações com membros da facção criminosa PCC, entre eles, André do Rap, apontado como o chefe do tráfico internacional de drogas da facção criminosa.

Em troca de mensagens no dia da eleição partidária, Queiroz, atual candidato a vereador em Saquarema (RJ), tentou convencer uma integrante da chapa oposta a mudar de lado.

“Vem com a gente. Ligamos e você já estava dormindo. Vamos conversar antes? Estou aqui no estacionamento”, escreveu de dentro de um carro estacionado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no dia da votação.

A integrante do partido, que não quis se identificar, recusou a oferta e afirmou não poder “perder a nossa essência”. Em seguida, Queiroz insistiu: “Concordo! Mas vamos manter o legado”.

Procurado pela reportagem, Queiroz confirmou a atuação na eleição partidária. “Por incrível que pareça, eu estava no mesmo hotel que o pessoal que estava fazendo a campanha do Leonardo”, disse.

“O PRTB é o único partido, tipo assim, genuíno de direita. O pessoal me pediu [ajuda] e eu falei: ‘vou arrumar um voto para vocês’.”

Segundo ele, em conversa com Avalanche, foi combinado que a direção estadual do PRTB no Rio de Janeiro ficaria a cargo de Leonardo Rodrigues (Podemos), ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e atual segundo suplente do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

“A gente chegou a conversar sobre isso”, disse Queiroz, filiado ao Democracia Cristã (DC). “[Queríamos] um canto de direita para a gente, entendeu? Mais nada.”

Rodrigues é investigado como um dos supostos coordenadores do esquema de corrupção na gestão do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PMB), afastado do cargo em agosto de 2020 sob acusação de corrupção em contratos públicos da saúde.

A ligação de Queiroz com Avalanche foi intermediada por Mauro Quintão, membro da executiva nacional do PRTB, e pelo marqueteiro Michel Winter, filiado ao partido.

Winter rompeu com Avalanche após as eleições partidárias em vídeo gravado ao lado de outros integrantes do PRTB.

“Nosso grupo se empenhou muito em te fazer presidente do partido achando que você era homem de caráter e tinha lealdade, mas a família do PRTB não vai aceitar mais você que desonrou os princípios do nosso estatuto e, principalmente, nos 27 estados, você vendeu, você apurou dinheiro e você fez falcatrua com todos que realmente, legalmente, estavam a par do partido”.

A direção do PRTB foi procurada pela reportagem, mas não respondeu.