Marçal se torna mais conhecido, e rejeição é obstáculo em meio a ataques de rivais, aponta Datafolha

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Entre os candidatos que lideram a disputa à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) foi quem mais cresceu em grau de conhecimento dos eleitores.

Mesmo sem tempo no horário eleitoral em rádio e TV, o influenciador atingiu 76% nesse quesito, que inclui o total dos que o conhecem muito bem, um pouco ou só de ouvir falar. Na pesquisa anterior, divulgada em agosto, o índice era de 67%.

Marçal se tornou mais conhecido em um período em que entrou no alvo central dos ataques de adversários, inclusive na propaganda eleitoral. Ao mesmo tempo, sua rejeição oscilou quatro pontos para cima e atingiu 38%, a maior numericamente entre todos os candidatos, indicando um obstáculo crescente à campanha do influenciador.

Os dados são da mais recente pesquisa Datafolha, realizada na terça (3) e quarta (4). Com margem de erro de três pontos para mais ou menos e intervalo de confiança de 95%, o levantamento contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo ouviu 1.204 eleitores. Ele está registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-03608/2024.

O levantamento aponta um empate técnico na liderança da corrida entre o deputado Guilherme Boulos (PSOL), com 23%, Marçal, com 22%, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), também com 22%.

Em relação ao índice de conhecimento, Boulos oscilou de 84% para 86%, e Nunes, de 85% para 90%.

Ao mesmo tempo em que ficou mais conhecido, Marçal teve as intenções de voto praticamente estagnadas e viu sua rejeição superar numericamente a de Boulos (37%), enquanto a de Nunes se limita a 21%.

O candidato do PRTB tem sido alvo de todos os principais adversários, que destacam, dentre outros casos, uma condenação de Marçal por furto e a proximidade de aliados dele com integrantes da facção PCC.

Um possível sintoma disso é que Nunes e Boulos venceriam Marçal em um eventual segundo turno, segundo simulação feita em pesquisa do Datafolha. O candidato à reeleição também superaria o deputado federal caso os dois tivessem um enfrentamento direto.

Num embate entre Nunes e Marçal, o primeiro venceria por 53% a 31%. Se a disputa fosse entre Boulos e Marçal, o resultado ficaria em 45% a 39%, com os números apontando empate no limite máximo da margem de erro. Já no cenário Nunes contra Boulos, os percentuais seriam de 49% a 37%.

O avanço no grau de conhecimento de Marçal descolado das intenções de voto reforça a aposta das campanhas de Nunes e Boulos para uma possível perda de tração do influenciador.

Na rodada anterior, divulgada há duas semanas, o nome do PRTB havia subido sete pontos percentuais na pesquisa estimulada, encostando na dupla Nunes e Boulos, que vinha dividindo a liderança nas fases preliminares da campanha. Na mesma pesquisa, ele tinha apenas oscilado cinco pontos no grau de conhecimento, passando de 62% para 67%.

No quesito conhecimento, Tabata Amaral (PSB) passou de 61% para 67% na pesquisa mais recente. Tornar a deputada conhecida é um dos principais objetivos da campanha dela. José Luiz Datena (PSDB), por sua vez, é o mais conhecido dos candidatos, com índice de 97%, um ponto a menos do que na pesquisa anterior.

Os três principais candidatos da disputa já são amplamente conhecidos pelo eleitorado que almejam herdar, com base na polarização do país.

Marçal, que busca o voto bolsonarista, é conhecido por 88% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL). Disputando esse eleitorado, Nunes é conhecido por 94% dos que votaram no ex-presidente. Boulos, por sua vez, é conhecido por 90% dos eleitores do presidente Lula (PT), seu padrinho político.