“Meu desafio é diminuir a diferença entre a cidade rica e a cidade pobre. E a gente faz isso com investimento”, diz Ricardo Nunes

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Vice em 2020, Nunes está à frente da Prefeitura de São Paulo desde maio de 2021, no lugar de Bruno Covas
Crédito: Cesar Bruneli/Comunicação ACSP
  • Prefeito de São Paulo fecha o Ciclo de Palestras de candidatos a prefeito promovido pela ACSP
  • Nunes afirma que o município tem "saúde financeira" e destaca a política de concessões e PPPs
Por Vitor Nuzzi

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), fechou o Ciclo de Palestras, promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), enfatizando a redução das desigualdades socioeconômicas. Ele afirmou que, apesar de recentes melhorias, ainda existem duas cidades em uma: a muita rica e a muito pobre. “Meu maior desafio é diminuir essa diferença entre a cidade rica e a cidade pobre. A gente faz isso com investimento. E quem gera arrecadação são os empreendedores”, disse Nunes durante o evento realizado nesta terça-feira (24), na sede da ACSP.

O candidato a prefeito foi o quarto e último a participar dos debates organizados pela entidade, em sua sede, e com transmissão pelo YouTube. Antes dele, participaram Tabata Amaral (PSB), Guilherme Boulos (Psol) e Marina Helena (Novo). Já Pablo Marçal (PRTB) foi convidado, mas cancelou sua participação. O primeiro turno das eleições municipais ocorre daqui a 12 dias, em 6 de outubro.

Durante duas horas, Nunes falou da atual gestão e das propostas, além de ouvir perguntas, sugestões e reivindicações dos dirigentes da ACSP. O presidente da entidade, Roberto Mateus Ordine, disse que a cidade está sendo reconstruída. Destacou a gestão pública na área de segurança, que volta a atrair empreendimentos para a região do Centro Histórico. Nesse sentido, ele informou que a Econômica, rede de utilidades domésticas, que recentemente reabriu loja na rua Direita, se prepara para instalar nova unidade, agora na rua São Bento. Para Ordine, no entanto, são necessárias ações para estimular pessoas a morar no Centro. “Esse é o grande desafio que todos nós temos.”

Nunes afirmou que o objetivo é trazer mais 220 mil pessoas para a região. Ele citou algumas diretrizes do governo municipal para o Centro Histórico: o Programa Requalifica Centro, de incentivos fiscais para estimular a reforma (retrofit) de prédios antigos. Hoje, são 14 imóveis cadastrados. A prefeitura está reformando 23 calçadões, além do viaduto Santa Ifigênia – o próximo será o viaduto do Chá. As ações incluem o Triângulo SP (para um polo cultural) e o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Setor Central. “O Centro está passando por um processo de revitalização concreto, verdadeiro.”

PPP – O prefeito destacou a participação da ACSP, que ao mesmo tempo reivindica e apresenta propostas. “Cobra, mas dá sua contribuição”, afirmou Nunes, citando a ajuda da entidade para construção de um abrigo para moradores em situação de rua, além das iniciativas de valorização do Centro Histórico. Ele também ressaltou a importância de ampliar a política de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). “Esse caminho é fundamental”, disse, ao destacar a saúde financeira do município. “Conseguimos chegar a um patamar que havia muito tempo (a cidade) não conseguia ter”, disse. “Reduzimos impostos, eliminamos taxas e mesmo assim aumentamos a arrecadação. Acho que esse é o caminho que a sociedade deseja. A casa está arrumada.”

Na economia, Nunes afirmou que o número de MEIs na cidade passou de 400 mil, em 2017, para 1,2 milhão. Além disso, o saldo foi de 128 mil vagas com carteira assinada no ano passado (segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados-Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego) e mais de 107 mil no primeiro semestre deste ano. Outro ponto destacado foram as 57 mil empresas que vieram de outras cidades ou estados, proporcionando R$ 1,5 bilhão de arrecadação a mais.

Em relação à segurança e obras de infraestrutura, o prefeito paulistano voltou a ressaltar a parceria com o governo estadual e citou o projeto de mudança do centro administrativo do executivo paulista para a região central. Nunes lembrou que a prefeitura colaborou para o sucesso do empreendimento, inclusive com alteração no Plano Diretor. Também ressaltou redução das ocorrências de roubos e furtos na área. “Os índices (de segurança) estão melhores”, disse. Em sua gestão, acrescentou, o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM) aumentou em 2 mil integrantes. E a Operação Delegada, resultado de convênio com o governo do estado para reforçar a segurança na capital, com aproveitamento de policiais militares, aumentou em 2,4 mil o número de vagas.

Além de Ordine, fizeram parte da mesa o secretário estadual de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab, o presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alfredo Cotait Neto (também vice da ACSP), e o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi-SP), Rodrigo Luna.

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