Tabata mostra relação com João Campos e atrai provocações em SP e no Recife

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SÃO PAULO E RECIFE, None (FOLHAPRESS) – O namoro da deputada federal Tabata Amaral (PSB) com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), entrou na pauta da campanha da candidata à Prefeitura de São Paulo e na mira de adversários.

Enquanto a relação dos dois aparece na campanha de Tabata em meio à tentativa de aumentar sua taxa de conhecimento na cidade, adversários usam a relação do casal para ironizar a deputada com falas machistas e até insinuam, sem nenhuma evidência, falta de transparência nos encontros dos dois.

Em série sobre a vida de Tabata produzida na pré-campanha, o início da relação foi relembrado pelo casal. Em tom descontraído, os dois brincaram sobre quem se declarou primeiro. Também em campanha no Recife, mas à reeleição e em situação bastante confortável nas pesquisas, Campos viajou a São Paulo para a gravação.

A fórmula teve sucesso nas redes, especialmente com cortes dos vídeos publicados no Instagram —um deles atingiu 2,1 milhões, patamar semelhante às peças no estilo “true crime” em que a candidata acusa Pablo Marçal (PRTB) por suposta relação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

A curiosidade sobre o casal é natural, considera o marqueteiro de Tabata, Pedro Simões, que diz que os dois têm uma história de novela.

Isso porque, muito antes de ingressar na política e conhecer o atual namorado, a deputada andou de avião pela primeira vez, aos 13 anos, para encontrar o então ministro Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), pai de João e criador da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Tabata encerrou a competição com medalha de ouro.

Além de atrair a atenção do público, porém, a relação também já foi alvo de alfinetadas e críticas dos outros candidatos à prefeitura, das indiretas às explícitas.

Em um debate, Ricardo Nunes (MDB) se defendeu de críticas da deputada afirmando que talvez não conhecesse bem sua gestão por estar “viajando muito para outros estados”.

Marçal, por sua vez, disse que, apesar de a candidata namorar um “cara bacana”, não teria como ser gestora da cidade, uma vez que não é casada nem tem filhos.

Em outra ocasião, afirmou que ela não seria prefeita de São Paulo, apenas primeira-dama do Brasil. Nesta segunda-feira (30), o ex-coach, após o debate promovido pela Folha de S.Paulo e UOL, xingou a deputa de talarica e disse que ela precisa respeitar as mulheres. A fala foi em referência ao fim do noivado de João Campos com Lara Santana, em 2019.

Tabata repudiou a fala de Marçal, disse se tratar de mais uma mentira do influenciador e afirmou que João Campos teve outros relacionamentos após o fim do noivado. “Isso é público”, afirmou a candidata.

Outra candidata que usou a relação dos dois para fazer alegações contra Tabata foi Marina Helena (Novo). A candidata insinuou que falta transparência no suposto uso de jatinhos particulares para visitar seu namorado.

Tabata negou a afirmação e prometeu processar a candidata do Novo se ela não voltasse atrás. “Se você está curiosa sobre a minha relação, tem uma série no YouTube em que eu trago a minha história e a minha relação com o João”, disse.

Marina Helena não apresentou provas da acusação e disse que “perguntar não ofende”.

Para o marqueteiro de Tabata, as críticas e cutucadas sobre seu relacionamento não afetam na intenção de votos dela. Ainda assim, Simões considera que Marçal menospreza de forma estratégica a candidata. “É como se ele estivesse acenando para uma parcela da população machista que despreza mulheres”, diz.

No Recife, o relacionamento não tem sido explorado pela campanha de João Campos em propagandas no rádio e na televisão. Já nas redes, as peças produzidas pela equipe de Tabata são compartilhadas também na conta dele no Instagram.

Segundo integrantes da campanha do candidato à reeleição no Recife, a estratégia é também ajudar Tabata a alavancar sua popularidade digital, já que o prefeito tem 2,5 milhões de seguidores na rede social, parte deles, de fora do Recife —ela tem 1,6 milhão.

Na oposição, o nome de Tabata já foi mencionado para tentar atingir o prefeito.

Candidatos a vereador da oposição usaram falas da candidata do PSB em São Paulo para reforçar críticas à gestão pública no Recife, como no tema da estrutura das creches.

“Se for provado esquema de corrupção e desvio de dinheiro, o prefeito vai ter que se explicar. Até a namorada dele, a Tabata, denunciou o esquema das creches de São Paulo. E ela pede investigação. Fala, Tabata. Eu tô com você! Exijo que se investigue esse escândalo aqui no Recife”, disse o candidato Gilson Machado (PL), em um vídeo no início de setembro.

Ele também criticou a candidata quando contas de redes sociais de Marçal foram suspensas, em decorrência de ação impetrada pela campanha dela.

A gestão de Campos respondeu às críticas à educação e afirma que, após as alegações, Gilson perdeu 293 inserções e 38 minutos de seu guia eleitoral na TV e no rádio, em decorrência de punição da Justiça Eleitoral.

A decisão considerou que houve “descontextualização” e “nítida adulteração de sentido, uma vez que o demandado extrapola o teor da notícia de origem”.

Além de Gilson, um candidato a vereador do Recife, Professor Thiago (PSD), também fez alegação sobre uma suposta máfia das creches por parte do “namorado da Tabata Amaral”. No vídeo, ele pede que os seguidores compartilhem o conteúdo até chegar a Marçal. O autodenominado ex-coach compartilhou o vídeo e comentou “o que você diz sobre isso?”.

Em entrevistas, João já foi questionado sobre a relação com a candidata e afirmou que os dois têm um objetivo em comum.

Eles se falam todo dia, já relatou a candidata, e, em um final de semana por mês, um vai à cidade do outro. “Conseguimos superar [a distância] e viver bem o momento que estamos juntos”, disse Campos ao Conversa com Bial, da TV Globo.

Os dois, que estão juntos desde 2019, também já disseram que planejam ter cinco filhos —posteriormente, Tabata admitiu considerar diminuir para “uns três”.

Segundo ela, a prioridade dos dois é construir uma carreira na política para, mais tarde, construir uma família.

Seria a junção de duas trajetórias distintas na política —ela, com origem na periferia, e ele, de um clã político com longa trajetória no estado.

“Tenho uma vida muito inusitada, minha família ainda mora em ocupação, tenho condição financeira que hoje é top, mas é muito diferente do meio que o João cresceu”, afirmou em entrevista ao Poder360. “Poder mostrar minha realidade também é um aprendizado para ele.”

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